5º dia - Blythe - folga

 
Hoje o dia foi de folga. Acordamos sem pressa ou compromisso, tomamos cafê da manhã farto, do hotel. Resolvi que tiraria o dia para limpar a minha bicicleta e prepará-la para a pedalada até Salome, no estado do Arizona, amanhã e depois relaxar na piscina.
Às 9 h tivemos workshop de limpeza de bicicleta. Depois disso, limpei a minha como nunca a tinha visto limpa! Almocei à beira da piscina e fiquei por lá. Dia quente e ensolarado, não podendo descuidar da hidratação. À tarde, fiz ligeira massagem e ensinei alongamento a algumas ciclistas.
 
Em agradecimento, me ofereceram pizza e salada no início da noite, na beira da piscina, claro!
Uma boa noite de sono e preparar para amanhã.

4º dia - Brawley à Blythe

O dia começou cedo. Teremos 89 milhas até Blythe. Apesar da temperatura ser mais alta, de manhã cedo no deserto o ar ainda é gelado. Vesti boné branco com proteção UVA/UVB por baixo do capacete, blusão leve corta-vento e bastante protetor solar. Vesti também uma bandana tapando meu nariz e boca, protegendo-os do ar frio da manhã e da poeira do deserto. "Guapa Bandida"....
Comecei a pedalar num ritmo bom, de 9-10 milhas por hora, mas conforme fui avançando, a temperatura foi aumentando, o ar muito seco e a paisagem monótona, plana com algumas subidas, foram consumindo minhas forças. Dunas de areia e uma cadeia de montanhas, conhecidas como Chocolate Ridge Mountains


Na primeira parada de suporte, à 20 milhas / 32 km da partida, eu e Julie éramos as últimas. Reabastecemos nossas garrafas e mochilas de hidratação, comemos frutas, um "pipi" selvagem atrás de algum arbusto seco e seguimos. Paramos na milha 25,7 / 41,35 km , com sol impiedoso. Mais água, alongamento, retirei o blusão corta-vento, que a essa altura só aumentava o calor, protetor solar e continuamos. Pouco depois eu não conseguia mais ver a Julie atrás de mim. Ela foi se distanciando. 


Na milha 30,5 / 49 km , encontrei um oásis no deserto: a sombra de uma árvore seca, um pouco afastada da estrada, me dava um pouco de abrigo do sol inclemente. Fiquei ali alongando, me hidratando, enquanto aguardava Julie. Ela chegou não muito bem, sentindo-se enjoada - sinal de desidratação (?) ...


Depois de um tempo, continuamos a jornada com próxima parada na milha 38,7 / 62,26 km, para almoço no trailer de suporte, uma promessa de verdadeiro oásis naquela paisagem inóspita! Mas começamos a encarar vento de frente, Julie foi ficando pra trás, inclinei meu corpo e cabeça para frente, segurei mais embaixo no guidão, pra vencer a resistência do vento, passei por outras duas companheiras também em dificuldades e tudo o que fazia era contar as milhas no odômetro, me fazendo aproximar mais do nosso "oásis". 
Cheguei a saltar da bicicleta e caminhar 1/2 de milha no vento, recuperando forças. Quando o vento diminuiu, montei a bike novamente e só parei quando cheguei no local onde estavam a van e o trailer. 



Carol veio ao meu encontro e pedi para que fosse buscar Julie, Nancy Howard e Judi Rozelle, que estavam para trás. Enquanto isso, fiquei no trailer com a Linda e Evelyn, almoçando e me recuperando do esforço. A partir daí, seguimos todas dentro da van, com nossas bicicletas, até o destino final, Blythe. Foi um dia árduo. Até o SAG - carro de apoio, teve um pneu furado! A boa notícia é que hoje teremos jantar num restaurante e amanhã, dia de folga. Não posso deixar de registrar que houve um bom grupo de mulheres que conseguiram fazer todo o percurso de 88 milhas até Blythe, pedalando. Mulheres de diversas idades, inclusive na casa dos 70, como Pat Calchina de 74. Impressionante e inspirador!