2º dia - Alpine a Boulevard

Em Alpine, na nossa saída, a temperatura estava 9ºC. À noite nevou no nosso caminho e saímos mais tarde. Depois de 5:36 pedalando 38,7 milhas / 62 km, chegamos a Boulevard. Subimos de 1000 m acima do nível do mar para 3000 m e depois descemos bastante, em perigosa velocidade voltando para 1100 m! Muita neve no caminho, frio, mas dessa vez estava mais preparada. Na parada de apoio, sofri com o frio, ap'os tirar as luvar para comer. As maos endureceram de frio! 
Vi crianças brincando na neve, carros e telhados parcialmente cobertos. Meu filho telefonou para mim no meio de uma subida íngreme, o cansaço me consumindo. Não pude atendê-lo, mas só ouvir a música do seu toque personalizado, me fez sentir bem. Jantamos literalmente fora, na noite fria de Boulevard, em frente a cozinha do trailer.

Enfim, o Dia "D" - San Diego a Alpine

Com toda a alegria da noite, dormi bem. Mas acordei no meio da madrugada, com o barulho de chuva muito forte, com vento... Quando acordamos, a chuva passou, o céu abriu azul com algumas nuvens, pudemos tirar fotos, arrumar tudo com bom tempo. 


Daí seguimos em fileira para a Dog Beach para a cerimônia de molhar o pneu traseiro da bike e quando chegamos lá, nova tempestade nos pegou. Coloquei a roupa para chuva, tiramos fotos na praia e seguimos para Alpine. 

A chuva parava, começava, e foi assim todo o trajeto. O frio e o cansaço já me consumindo em subidas longas e de grande inclinação. Na última milha, vi um comércio e parei esgotada. Não tinha mais forças. Todas as partes do meu corpo ardiam de frio e dor. Daí veio a Jennifer Marchand, da WomanTours, pedalando, e foi atrás de mim, me dando suporte. Realmente, era a última milha! Cheguei ao hotel tão cansada, que não deu para comemorar a vitória por ter vencido as dificuldades e os meus limites! No lobby, um grupo de ciclistas já se encontrava próximo à lareira, ao qual me juntei, agradecida! Café quente e uma lareira podem refazer as forças com uma facilidade incrível! Depois que o quarto ficou pronto, fui com um grupo me banhar na fumegante hidromassagem do hotel, enquanto aguardávamos a hora do jantar. Hoje pedalamos 58 km, subindo 1000 acima do nível do mar.

Voltas da vida

Ainda no dia 7 de março à noite, tivemos um coquetel para o qual nossos parentes e amigos poderiam comparecer. E eu, sozinha... Mas a vida é cheia de surpresas. Recebi email da Kim, minha querida "irmãzinha" americana, contando que mora na área de San Diego e que gostaria de se encontrar comigo. Fiquei radiante de felicidade! Contou-me que só estaria disponível depois do trabalho. Trocamos telefones e fiquei no aguardo. À noite, durante o coquetel, cada ciclista apresentou ao grupo, seus amigos e parentes presentes. E qual não foi minha surpresa quando recebi o telefonema da Kim dizendo que estava no lobby do hotel! Pedi para que fosse ao meu encontro e apresentei-os como minha família americana. Kim foi junto com Steve, seu irmão que também morou no Brasil e seus dois filhos! Foi um final de noite gostoso, relembrando a infância e cantando canções infantis que ela se lembrava! É pra ficar no coração! Obrigada, Kim e Steve pelo presente!

Quinta-feira, 7 se março - o dia anterior

Decidi não pedalar. Tirei a manhã para lavar roupas, limpar a bicicleta, arrumar as malas de maneira a separar a o ue iria comigo na bicicleta e o que deixaria nas malas na van de apoio. Às 13 h tivemos nossa primeira reunião de orientação, quando nos foram dadas as folhas simplificadas do percurso de sexta- feira, a ida para a Dog Beach, onde molharemos o pneu traseiro da biki no Oceano Pacífico, etc. Sou a única de língua não inglesa, mas a dificuldade de comunicação não é só minha. Há 3 mulheres da Nova Zelândia e 1 da Escócia, cujos soraques são difíceis de entender mesmo para quem tem inglês como língua nativa. Além disso, as demais americanas são cada qual de um estado, com seu soraque típico. Bem, todas teremos que lembrar de falar devagar para sermos entendidas. Cada qual se apresentou e quando chegou a minha vez eu quase não consegui falar, tamanha a emoção de estar longe de casa, começando uma aventura dessa magnitude... E não fui a única! É difícil encarar o desconhecido...

Coronado Island, San Diego

San Diego é a cidade que possui maior número de museus, me disseram. Tem parques muito bonitos, a cidade antiga (old San Diego), que mantém a arquitetura tipicamente mexicana, um zoológico com grande área útil, com animais diversos, Point Loma, monumento a Cabrillo, enfim, San Diego não é só para poucos dias. Uma cidade que possui uma Base Naval de grande porte, o movimento de militares indo e vindo nos hotéis, nas ruas, nos transportes, torna-a única e enche os cidadãos de orgulho.
Na quarta-feira, 6 de março, pegamos um Ferry boat para Coronado Island. Metade da ilha possui casas e prédios impecavelmente bem cuidados e o famoso Hotel Coronado, um luxo à beira-mar. A outra metade da ilha é ocupada pela Base Naval. Foi um dia de sol e bom passeio nas companhias de Barbara e Nancy do Maine e da Julie de Idaho. Pedalamos algo em torno dos 40 km.
Logo no início do dia, constatei meu primeiro pneu furado!! Trocamos à 8 mãos. Cometi a insanidade de sair para pedalar sem levar câmara de ar extra, bomba e kit de reparo de pneus. Ainda bem que estávamos em grupo. Dia após dia, vai-se aprendendo novas lições!






Point Loma e Cabrillo Monument

Terça-feira, 5 de março, saímos para o cicle "Bernie's Bike Shop" para acertos nas bicletas e saímos para uma pedalada até Point Loma e Cabrillo Monument, no alto de uma montanha. Esquentando os motores, pedalando 32 km!